quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Ai,Nelson

Os murmúrios derrubam um quarteirão.Dona Francisquinha,minha belle époque professora de francês,não admitia-os.Ameaçava-nos com zero geral.Era prerrogativa dada a ela pelo Ministério,não entendíamos bem,mas nos garantia.
Mas refiro-me agora aos murmúrios que ouvi num passado recente_Numa palestra patrocinada pelo Jornal do Brasil,a qual compareci com alma pura,sobre o Bric.A futura nova ordem _Brasil,Rússia,Índia e China.
Mas são os murmúrios que importam.E eles se referiam a Nelson Tanure,aquele que num passe Mandrake,fêz desaparecer a Gazeta Marcantil,a editora Peixes,e o nosso JB.
Ai de ti,Nelson.Tão mal falado,quem sabe,tão bem intencionado.
Particularmente,causou-me boa impressão.Corou,inclusive,quando um transtornado da platéia arguiu-o com fúria.E um sujeito que cora,como regra geral,merece minha compaixão.
Folheando aquele que não tem meu tostão,que aqui denominamos O LOBO ,BOBO,espiei de soslaio uma coluneta sobre o teatro de Nelson Rodrigues.
O jornalista pretendia defender que as peças de Nelson não poderiam ser chamadas de "psicológicas"pois seus enredos eram explícitos demais,os personagens não agiam nas sombras ,com sutilezas,tudo se passava sob uma espécie de sol a pino.
Pois bem,se agarrava com certezas absolutas nesta visão.
Mal comparando,pensei cá comigo,o que dizer da tragédia grega,o que dizer do personagem possesso de Sófocles,que arranca os própios olhos ao saber-se marido da mãe?Édipo Rei,só Freud explica.

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