domingo, 14 de fevereiro de 2010

Torpor citadino


Decidi não dar confiança ao carnaval,não este ano, chegou cedo demais.Ainda pretendo,no ano vindouro,me espalhar no Bola Preta,mas para que se dê ao fado,será preciso um preparo meigo,delicado,um espírito prazenteiro que deverá ir se acumulando devagarinho até que ir ao Bola Meu Bem,seja consequência inevitável.
Sou dada à encimesmamentos casmurros,não sei bem contra quem me degladio,muito provávelmente com acontecimentos anões,mas que me impedem de saculejar ou arfar,ao bel prazer do calendário.Portanto,hoje não estou.
Sendo assim,dormi cedo,acordei cedo,e encontrei pelas ruas... vamos nomear claramente , aos bodes _um torpor citadino.
Todos me apareciam maldormidos,e concluí solitária,teu nome é legião:eis aí os escravos da folia.E à medida que o sol se levantava,inclemente,espoucavam aqui e acolá,uns índios,uns morcegos ,uns rabos de gatos enrolados pelos braços em pessoas de semblantes sérios, circunspectos,nas esquinas , padarias e paradas.Discreta e respeitosa como de hábito,não lhes varava o olhar,pois também cabisbaixa , soturna,vivenciava empática seus visíveis arrependimentos por tamanha insensatez noturna.

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