quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Diário de viagem.4



Andando a esmo por enormes galerias,esfomeados e o dia já amanhecendo,com o perigo de gente estragar tudo,nós que somos feitos da matéria dos sonhos, precisávamos nos apressar ou esconder.Suspirei para o Bat-"Ah,só fantasmas,gente não!"Minha antiga e repetida frase,sim,sim,ele já sabia,que não me preocupasse,ninguém haveria de se aproximar,de longe éramos invisíveis.E o canto do Sr.Jaroussky era para os raros,os inofensivos.
Resmunguei que gostaria de mais explicações antes de partir e fotografar ainda para maricotinha um quadro com sua data de aniversário- "28 de Julho: A liberdade guia o povo",de Delacroix(1798-1863).
Sugeri que nos sentássemos e o Sr.Philippe,por favor,nos contasse tudo o que fosse possível antes que nos descobrissem e o sol raiasse.
E ele começou,falando baixinho: O nome Louvre remete a "lupara"(caça aos lobos),e sua construção data de 1190,quando o rei Filipe Augusto(1180-1123),pensou em proteger Paris de ataques vikings.Anos mais tarde ,a construção perdeu sua função de defesa da cidade e em 1364 tornou-se residência oficial de Carlos V e sua corte.Neste tempo,o volume de tapeçarias,manuscritos com iluminuras, pinturas e esculturas era tão grande que parecia prenunciar o destino de museu daquela belle maison.
Mas o tempo,sempre com suas marretadas e alucinações,trouxe Francisco I e a demolição de grande parte das construções medievais,e ali formatou-se um palácio renascentista,que foi concluido no reinado de Luís XIV.
Aqui um latido nos estremeceu.
Margarida,saudosa,queria correr livre pelos gramados,no jardim das Tulherias que margeia o museu.Levantei-me para atender ao seu pedido.Eu também precisava de um pouco de ar e solidão.Me afastei do grupo e saí.

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